A verdade é que quando você diz que está mal… o silêncio vem. As pessoas travam. Trocam de assunto. Dão aquele “vai passar” automático, como quem joga uma toalha em cima da dor só pra não ver.
Então, eu aprendi a sorrir. A responder “tudo certo” mesmo quando minha vontade era gritar por dentro. Porque, de algum jeito, virou mais fácil fingir do que lidar com o desconforto alheio.
Mas dói. Dói esconder o que corrói. Dói sentir tudo sozinho enquanto o mundo te parabeniza por “ser forte”. Ser forte virou sinônimo de calar. De engolir. De disfarçar.
E o pior é que, às vezes, eu mesmo começo a acreditar na minha atuação. Me convenço de que não é tão grave assim, de que eu tô exagerando, de que é só uma fase. Até o corpo pedir ar. Até o coração cansar.
Eu só queria poder dizer “hoje não tá legal” sem assustar ninguém. Só queria ser ouvido — de verdade — sem precisar me equilibrar entre o peso que carrego e o medo de incomodar.