Quando somos crianças, nos falam que crescer é conquistar liberdade. Que um dia vamos entender tudo, tomar decisões importantes, ser fortes. Mas ninguém conta que crescer também é perder. E muito.

A gente perde lugares. Perde pessoas. Perde tempo. Perde versões de nós mesmos que, por mais confusas que fossem, tinham alguma inocência bonita. Crescer, às vezes, é olhar pra trás e não se reconhecer mais — ou pior, sentir falta de quem já foi.

Tem quem diga que isso é parte do processo. Que a vida é um eterno renascer.

Mas é difícil aceitar isso quando parece que cada nova fase vem arrancando mais um pedaço do que éramos. Como se nos desmontássemos em nome de alguma “versão adulta” que ainda nem sabemos se queremos ser.

Mas, entre perdas e descobertas, a gente também se encontra. Em conversas sinceras, em silêncios que abraçam, em pequenas vitórias que só a gente nota. Às vezes nos encontramos no caos.

Outras, no vazio. E tudo bem.

Crescer talvez não seja uma linha reta. Talvez seja um espiral — em que a gente volta várias vezes pro mesmo ponto, mas de formas diferentes. Mais conscientes. Mais feridos. Mais inteiros.

Então… crescer é perder? Sim. Mas talvez perder também seja o que nos empurra a nos procurar de verdade.