Abro o Instagram e vejo gente viajando, ganhando prêmios, abrindo empresas, se formando, sendo pedida em casamento, assinando contrato, sorrindo — sempre sorrindo. E aí olho pra minha vida. E penso: “o que eu tô fazendo de errado?”
É como se eu estivesse numa corrida onde todos disparam, e eu ainda estivesse amarrando o tênis.
Dizem que cada um tem seu tempo, mas às vezes isso soa só como consolo barato. Porque a comparação não pede licença, ela invade. E, mesmo sabendo que a vida dos outros nas redes é só vitrine, é difícil não se sentir menor.
Mas aí, em algum lugar mais fundo, eu tento lembrar: nem tudo que cresce é visível. Tem raiz crescendo em silêncio. Tem amadurecimento que não posta foto. Tem processos que só quem vive entende o peso.
Talvez eu não esteja “indo mal”. Talvez eu só esteja me construindo de outro jeito. Um jeito menos acelerado. Mais real. Mais meu.
E se eu não tiver que chegar junto com todo mundo? E se o meu caminho for mais longo… mas mais verdadeiro?